#2 letter to your crush



Por onde hei-de começar?! Coisas boas, coisas más? Não sei, não sei qual o lado que mais me puxa, não sei, porque ambas se sobrepõem. Fazias uma coisa boa que me deixava a brilhar por tudo quanto era sitio, mas no momento seguinte, pumba, desfazias tudo. Fazias com que me sentisse péssima, insegura, com uma vontade enorme de te virar as costas e esquecer qualquer passo em frente que demos juntos. Foste o meu grande amor, sim, é a maior das verdades, mas conseguiste ser, juntamente, o meu grande desgosto, a minha grande perda de tempo. Amei-te mais do que alguma vez achei ser capaz de conseguir fazer, amei e perdoei cada erro que deste. Cada passo em falso que davas lá estava eu para te segurar, cada asneira que fazias lá estava eu para fazer o bem. Lá estava eu, e lá estava eu mais uma vez para que nada destruísse o nosso maravilhoso (ou não) amor.
Nunca deixei que nos separassem, nunca deixei que algo nos fizesse cair, porque sim, eu fui forte por mim, fui forte por ti, e ainda fui mais forte por nós. Porque nunca, nunca pensei que algo fosse capaz de nos passar á frente, porque nunca pensei que tu fosses simplesmente baixar os braços e deixar-me lutar contra o mundo assim, sozinha.
Houve uma altura, este verão, que te senti na relação, que senti que eras capaz de dar o mundo por mim, que senti que me amavas com tudo o que tinhas, mas mais uma vez foste capaz de destruir um por um, todos os meus sonhos, todos os meus planos, todos, todos os que idealizei para nós. Foste capaz de me desiludir ao ponto de não poder ouvir falar no teu nome. Foste capaz de me desiludir ao ponto de não conseguir falar em ti sem que começasse a chorar. Foste capaz de me marcar de tal jeito que não sou capaz de amar outro homem. Foste capaz de me marcar de tal jeito que não me vejo ao lado de mais ninguém, nos próximos tempos.
De certa forma já segui com a minha vida, fui obrigada a fazê-lo porque tu, oh caramba, tu nunca valeste a pena e eu burra nunca tive coração para conseguir desistir de ti. Até ao dia. Até ao dia em que me negaste ajuda, logo na altura em que eu mais precisava de ti, sabes? Desceste de tal forma baixo que eu jurei nunca mais falar contigo, jurei nunca mais olhar para a tua cara.
Foste horrível, durante 7meses foste horrível, e fizeste-me sofrer mais do que achava que conseguiriam fazer. E repito, foste horrível e foste a maior desilusão, o maior desgosto, a maior perda de tempo que tive.
E lamento a tua falta de maturidade, lamento a tua falta de dedicação, lamento tudo o que fizeste mal porque sei que mesmo que não me desses valor, amavas-me. Amavas-me lá com esse teu jeito desajeitado, amavas-me lá desses modos que sinceramente não consigo entender, mas que também não questiono porque na altura estava de tal forma cega que tudo o que tu fazias era mágico e perfeito, mesmo quando me magoavas, mesmo nessas alturas eu fui capaz de te continuar a amar da mesma forma. Fechando os olhos uma duas três quatro dez vezes só para te perdoar, porque o meu amor, ora, era maior que tudo o que tu pudesses imaginar. Eu amava-te de corpo e alma, com uma entrega inexplicável, da qual não me arrependo porque hoje, sabes Manel, eu hoje sou muito mais mulher graças a tudo o que me fizeste.

Sem comentários: