Por onde se começa uma coisa assim? Sempre me questionei como seria iniciar uma despedida, algo a sério, sem grandes rodeios ou então, como seria possível torna-la rápida, tão rápida que ninguém fosse capaz de dar por ela, de a interiorizar e sofrer com isso. Gostava de ter essa capacidade, conseguir fechar os olhos e esquecer, só isso, guardar tudo num sitio a onde não pudesse voltar mais; queria guardar-nos, onde soubesse que estávamos seguros e que ninguém, ninguém fosse capaz de nos alcançar e de nos destruir, queria tanto.. Não, não vou dizer que foste o homem da minha vida, o meu grande amor, ou algo do género, marcaste-me, basta. E eu sei que consegues entender isso. Olha-me, vê nos meus olhos, sabes que falo a sério quando digo que isto é bem mais difícil para mim, conheces-me, sabes o quanto me custa desligar-me de alguém, fazê-lo assim, sem mais nem porquê, só porque sim, só porque realmente é o que tem que ser. Quando escolhi isto, e não o fiz de um dia para o outro, levei meses a mentalizar-me que tinha mesmo de ser, quando escolhi este caminho, acho que foi por ti, pelo nosso não-amor, porque tu, eu não sei, havia magia em nós e desapareceu.. É estranho ouvir isto, não é? Eu sei, desculpa, é o melhor, tu vais perceber. Mas sabes o que é mais irónico? Ter feito e planeado tudo sem o teu conhecimento. Sinto que em momentos, breves momentos, só eu é que vivia, sem ti, só eu, sozinha, por nós os dois. E isso, sem margem de dúvidas, foi o que mais doeu, ver-te fugir-me das mãos depois da mais simples troca de palavras. Mas sabes o que ainda me custa mais? Ter que ir sem poder avisar-te, sem saber se virias atrás de mim no momento a seguir a saberes que eu ia partir. É certo que levei pouco tempo a mentalizar-me que teria de o fazer sozinha, mas doeu, aliás, dói tanto que tu não fazes ideia. Quem me dera poder dizer-te o quanto me arrependo de não te ter deixado entrar na minha vida de outra forma, não sabes o quanto me arrependo de não me ter conseguido moldar a ti, de não ter conseguido fazer um esforço para te completar, para que a nossa magia não se apagasse como aconteceu. Não imaginas a falta que me fazes, não imaginas o que dói não te ter e não poder dizer-te que isto é o melhor mas, no fundo, não é de todo o que eu quero para nós. Leva-me para o meio da serra, deixa-me passar a noite a olhar-te nos olhos, preciso de te sussurrar que éramos reais, que sim, eu conheço-te, e sim, gostei de ti mais do que era possível.. Preciso de te fazer ver isso, vá, leva-me á serra, vamos dar um jeito nisto, ainda temos muitos sonhos para concretizar. Posso só pedir-te uma última coisa? Corre atrás de mim, não me deixes ir.

3 comentários:

Mel disse...

calculo que não seja fácil sim, mas nada o é agora nos tempos que correm princesa.

Anónimo disse...

adorei , sigo*

Ana de Oliveira disse...

Obrigada minha querida.